PREV Dica especial SETEMBRO AMARELO – Como problemas financeiros podem impactar a saúde mental?

Estamos em mais um Setembro Amarelo, mês dedicado à conscientização sobre a prevenção do suicídio e à importância de cuidar da saúde mental. Por isso, nesta edição da PREV Dica, queremos ampliar esse olhar e lembrar que o bem-estar emocional também depende de algo que afeta a vida de muitas pessoas: a saúde financeira.

Pesquisas recentes mostram que a relação entre dinheiro e saúde mental é mais estreita do que se imagina. De acordo com o levantamento do Instituto Opinion Box, encomendado pela Serasa e pelo dr.consulta, 66,3% dos brasileiros acreditam que problemas financeiros afetam de forma significativa ou muito significativa a saúde mental, e 73% já enfrentaram crises de ansiedade devido a dificuldades financeiras.

Mais do que números, esses dados revelam histórias de pessoas que convivem diariamente com o peso de contas atrasadas, dívidas e incertezas econômicas. Situações assim podem gerar ansiedade, prejudicar o sono, reduzir a autoestima e até mesmo levar ao isolamento social.

Dívidas e emoções: um ciclo que se retroalimenta

Ainda segundo a pesquisa citada, mesmo reconhecendo que problemas financeiros impactam significativamente na saúde mental, 55,8% dos entrevistados nunca procuraram ajuda psicológica por este motivo.

A inadimplência e o endividamento não afetam apenas o bolso: também comprometem o emocional. De acordo com dados da plataforma Evollo, 98% das pessoas que tentaram negociar dívidas relataram sinais de ansiedade durante o processo. Além disso, sentimentos como vergonha (60%) e irritação (44%) são comuns, especialmente diante de pressões financeiras imediatas, constrangimento pela situação ou de processos de cobrança pouco claros, este último gerando ainda mais frustração.

Leia mais em: Qual a diferença entre endividamento e inadimplência?

Essa conexão entre finanças e saúde mental cria um ciclo difícil de ser quebrado: o estresse prejudica a organização financeira, e a instabilidade financeira, por sua vez, agrava o estresse.

Um olhar empático para a renegociação

Os dados da Evollo também revelaram que, quando o atendimento na hora da cobrança é feito com escuta ativa e empatia, 63% dos endividados se sentem mais à vontade para explicar suas dificuldades, aumentando as chances de acordos e soluções. Nesses casos, as negociações chegam a 56% de resoluções positivas, mesmo em situações financeiras desafiadoras.

Isso reforça a importância de processos de cobrança mais humanizados, que enxerguem o devedor não como um “mau pagador”, mas como alguém em situação de vulnerabilidade momentânea, e menos punitivos.

Caminhos para cuidar da saúde mental e financeira

Mesmo diante de dificuldades, é possível buscar equilíbrio entre as finanças e o bem-estar emocional. Algumas ações podem ajudar:

• Reconhecer o problema e evitar adiar decisões financeiras.
• Organizar o orçamento com base em prioridades reais.
• Buscar orientação especializada, seja financeira ou psicológica.
• Estabelecer metas possíveis para o pagamento de dívidas.
• Cuidar do corpo e da mente com hábitos saudáveis, como caminhadas ou meditação, que ajudam a reduzir o estresse.

Ao reduzir o estresse e a ansiedade, você aumenta a clareza para tomar decisões financeiras mais racionais e evitar gastos impulsivos.

Leia mais em: Dinheiro e Saúde Mental: Uma Reflexão para o Setembro Amarelo

Por último, mas não menos importante: lembre-se sempre que pedir ajuda é sinal de força, não de fraqueza. Se você ou alguém que você conhece está passando por dificuldades emocionais, sejam elas geradas por problemas financeiros ou não, o Centro de Valorização da Vida (CVV) oferece apoio gratuito e sigiloso, 24 horas por dia.

📞 Ligue 188 ou acesse cvv.org.br.

Fontes: Valor Investe – matéria 1 e  Valor Investe – matéria 2.

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