
Confira a 8ª edição do Raio X do Investidor – 4 milhões de novos investidores e alta no estresse financeiro e no vício em apostas
Todos os anos, a ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), em parceria com o Datafolha, publica o Raio X do Investidor Brasileiro. A pesquisa, em sua 8ª edição, não só revela como os brasileiros lidaram com seu dinheiro ao longo de 2024 e projeta tendências para 2025, mas também inclui dois novos indicadores: o Índice de Estresse Financeiro e o Índice de Tendência ao Vício em Apostas.
Entre 4 e 22 de novembro de 2024, foram entrevistadas 5.846 pessoas de 16 anos ou mais, das classes A/B, C e D/E, em todas as regiões do país. A coleta foi presencial, com margem de erro de quase 1 ponto percentual e nível de confiança de 95%.
A seguir, apresentamos um breve resumo com os principais tópicos abordados na pesquisa. Para acessar o estudo na íntegra, clique no link disponibilizado ao final. Boa leitura!
1. Panorama geral do investidor brasileiro
– Mercado de investimento em 2024
- 37% da população investe em produtos financeiros (aprox. 59 milhões de pessoas), mesmo patamar de 2023.
- Projeção para 2025: espera-se um crescimento líquido de 4 milhões de investidores em 2025, elevando a participação de 37% para 39% da população, caso as intenções de aplicação se concretizem.
- Aplicativos bancários são o meio preferido para investir, passando de 45% para 49% entre 2023 e 2024.
– Perfil sociodemográfico
- Classe C: 47% dos investidores; renda familiar média de R$ 6.299; 46% têm ensino médio completo; 43% residem no Sudeste.
- Classes A/B: maior diversificação e volume médio investido.
- Idade média dos investidores: 43 anos.
- Atividade econômica: 72% economicamente ativos; 85,3% com alguma fonte de renda.
2. Poupança e diversificação
- 33% da população conseguiu poupar em 2024 — acréscimo de 3 pontos percentuais em relação a 2023, correspondendo a 5 milhões de pessoas a mais com alguma reserva.
- A caderneta de poupança permanece como o produto mais utilizado (23%), apesar da queda de dois pontos em relação a 2023.
- Entre os investidores, 64% aplicam em poupança, mas cresceu o uso de títulos privados (17%), fundos (15%) e moedas digitais (11%).
- Há um potencial de 32 milhões de novos investidores: dos 33% da população que economizaram em 2024, apenas 39% desse grupo destinou recursos a produtos financeiros.
2.1 Destinos das reservas

2.2 Estratégias para economizar
- 45% cortaram gastos com lazer, viagens e transporte.
- 25% reduziram compras supérfluas.
- 18% passaram a guardar parte do salário mensalmente.
- 17% intensificaram o controle de despesas (planilhas, apps etc.).
- 11% buscaram renda extra (freelas, bicos, horas extras).
3. Índice de Estresse Financeiro
3.1 O que é estresse financeiro?
Antes de apresentarmos os dados da pesquisa, vamos explicar rapidamente o que é o estresse financeiro.
Resposta emocional e psicológica diante de incertezas ou pressões relacionadas ao dinheiro, manifestando-se por:
– Sintomas emocionais: Ansiedade ao pensar nas finanças; Irritabilidade ao lidar com contas e Sensação de falta de controle.
– Sintomas comportamentais: Evitar conferir saldos ou faturas; Gastos impulsivos para “alívio” momentâneo e Buscas por horas extras ou atividades paralelas.
– Impactos: Distúrbios de sono; Queda de produtividade e Tensão nas relações pessoais.
3.2 Como o Raio X mede o estresse

- Pela autopercepção, 51% da população sente alto estresse em relação às finanças; 22% relatam baixo estresse.
- O Índice de Estresse, que complementa a avaliação subjetiva com análise estatística, mostra que apenas 5% apresentam baixo nível de estresse e 49% alto estresse.
- Quem não conseguiu economizar em 2024 registra maior estresse (58%), ante 37% entre quem poupou.
- Embora 22% digam se sentir pouco estressados, o índice objetivo revela que apenas 5% atingem o nível mais baixo. Isso evidencia a subestimação do próprio estresse financeiro por parte dos brasileiros.
4. Crescimento e riscos das apostas (“bets”)
4.1 Adesão às apostas em 2024 e tendência ao vício
- 15% da população (aprox. 23 milhões de pessoas) fizeram ao menos uma aposta em plataformas online em 2024, ante 14% em 2023.
- 4 milhões veem as apostas como “investimento” financeiro.
- Das pessoas que apostaram, 12% (aprox. 3 milhões) apresentam alta tendência ao vício, segundo indicador baseado no PGSI (Problem Gambling Severity Index) desenvolvido pela ANBIMA.
4.2 Fatores que estimulam esse crescimento
- Acessibilidade: aplicativos e sites disponíveis 24 horas.
- Percepção de ganho: crença em “estratégias” vencedoras ou “bônus”.
- Desinformação: falta de compreensão sobre probabilidade e risco.
4.3 Recomendações de proteção
- Definir limites de gastos e de tempo.
- Investir em educação financeira para compreender risco versus retorno.
- Buscar ajuda profissional (psicólogos, grupos de apoio) ao primeiro sinal de compulsão.
5. Perfis de investidores e não investidores
A 8ª edição segmenta a população em quatro perfis comportamentais:
- Sem Reservas (52%): não economizam nem investem; alta prevalência de estresse e vulnerabilidade financeira.
- Economiza e Não Investe (12%): poupam, mas mantêm recursos em conta-corrente ou casa; público jovem, com potencial para ingressar no mercado.
- Caderneta (20%): investem exclusivamente em poupança; conservadores, mas abertos a diversificação.
- Diversifica (17%): aplicam em múltiplos produtos (ações, fundos, títulos, previdência); perfil mais digital e com maior planejamento de longo prazo
O que você pode fazer após ter ciência dessas informações?
- Reveja sua estratégia: diversificar aplicações pode reduzir estresse e aumentar oportunidades de retorno.
- Planeje suas finanças: estabeleça metas de curto e longo prazo, incluindo reserva de emergência e aposentadoria.
- Fique atento às apostas: encare-as com cautela e tenha consciência dos riscos de vício.
- Busque informação: use canais confiáveis, de aplicativos bancários a conteúdos de educação financeira.
CLIQUE AQUI para acessar todos os dados da pesquisa.
Fonte: ANBIMA, e-investidor – Estadão e InfoMoney
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